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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Quase Sempre.

QUASE SEMPRE (Rafael Pacheco)
Quase sempre pairam sensações das quais procuro há muitos,
Nem sempre me correm explosões imensuráveis que prefiro que se percam,
            Pareço muitas vezes dominante, espalhado pelo mundo, e dominado por aquilo que afeta o afeto, o comportamento, o minuto, o segundo, e me vem martelejar a mente que às vezes demonstra o cansaço de quem passou o dia na labuta,
Na batalha de si mesmo por um espaço ao nada, ou pra quem vive o onipresente do dia a dia refletido em dores, das quais temos que guardar nos bolsos, engolir, saborear e nos ver sendo o vômito que acaba por sair.
É bom ter nome, é por direito ser homem, é indiligência o que se vê, e indignoso tal viver, porém é inderrotável tal querer.
Poderíamos nos chamar lázaro? Há quantos lázaros entre nós?
Há poucos meios, mas muitos fins. Fins de vidas, meios que buscam a alucinação frenética por aquele prato, por uma sede infinita sem ter quase nada de água, porém muita água ardente pra se comemorar nos feriados, nas avenidas da vida, nas travessas botequins, nas ruas de samba, nas rodas de bambas.
E pra se lembrar na segunda feira de cabeça inchada, de coração aberto, de câncer curado, de bem me quer e mal me quer aprimorados.
Tentamos quase sempre obstar a obsessão observada de nós mesmos, suicídio?
Quebrando paradigmas, carregando parafernálias e tentaremos “para” com o seu eu, ou “para” com o próximo fazer aquilo que chamamos de parir bondade.
Tem tanta coisa estranha nesse mundo de hoje, e tem tanto mundo de hoje nessas coisas estranhas, que chegam a me confundir e me questionar cada vez mais. Ah, mas eu adoro me questionar, só não acho legal quando falta energia, aliás, falta energia quase sempre aqui no bairro.
Na falta, falta muito, mas coragem nunca me faltou, quase sempre me falta uma inclinação e quase sempre o quase tudo é quase nada, assim o poeta diz, e assim fica por dizer.
Carrego-me com a vida, a família aguerrida e sem plano de saúde, sem nem mesmo educação, mas devoro a vida assim devagarzinho e que não me falte amor, e me deixem à capacidade de fazer mais.
Toca mais um samba aí, por favor!   

terça-feira, 18 de maio de 2010

Ato Final

Vai viver longe de mim, afinal o que eu fiz pra merecer?
A união de nossas almas morreu por antecipação

Precipitei-me em ver-te como a mulher amada

Dona de casa amada pelos filhos

Jurada de vida até a morte



Agora vou me acomodar

Começar do chão pra nascer pode ser que um dia lá num futuro

Venha me abraçar um anjo aleijado, cego e quase surdo

E só assim poderá viver ao lado teu, sem qualquer preocupação

Em me sentir chorar debaixo do chuveiro



Teu maior inimigo é minha mão

Pois ela te acena um adeus que não enxergarás daqui

Deixo os meus versos, a minha vida pela tua

E se acaso lembrar estarei aqui

Esperando-te pra jantar...

 
 
Homenagem para alguns amigos de um passado recente na memória.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Aí o tempo voa.

Fale meu irmão, comigo tá tudo bem,

e contigo, tá de boa?

Aqui estamos levando...


tanta coisa pra fazer,


que não dar pra fazer tudo.


E o resultado? Não faço quase nada.


Aí o tempo voa,


e às vezes ele estanca.


Mas as coisas mudam,


E nem andar de ônibus eu gosto mais.


Hoje eu lembrei de minha amiga,


que, em certo momento da vida,


disse que nunca pensou que um dia


ia se preocupar com o preço do sabão,


e eu, agora, nunca pensei, que um dia


fosse me preocupar tanto,


com o resultado da eleição.


Nairo Bentes



Calma que a resposta já vem.



E desculpa a todos, por não postar com mais frequência, porém voltarei a postar com toda a força agora.

quinta-feira, 4 de março de 2010

De conviver

E ao te ver.


Entre o embaçado do vidro, pelo vento frio.

Não vejo aquele sorriso fulgurante, parece assim meio distante,

Meio frouxo, caído

Tão incerto, distraído.

Sem ter par.



Ou não, talvez haja.

E há de ser mais que entusiasmo

Desse mundo não faço parte, eu acho.

Das sensações, de não precipitar.

Pela escolha de quem se quer pra conviver.

Às vezes parece-me hipotecada, em ruínas.

Solta essa prosa presa, essa emoção acesa

E a força de quem não deixou de amar, assim como você.



Eita arte complicada

Da convivência se constrói estradas.

E de nós tiramos um pouco do nada, ou quem sabe um pouco de cada um.



Que se faça ao infinito, deixa ecoar...



“E diga a ela que nessa guitarra tocará acordes de paz e euforia, assim como meu coração”



Rafael Pacheco

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

DAS SENSAÇÕES QUE TENHO


Muitas vezes vem–me a agonia,

E o sentimento de impotência.


Fazer o quê? Dói, me corrói, parece tão simples, mas vai passar.


A dor é mútua, porém dói mais em mim do que nele.


Ver o choro incessante, tão alto quanto o silêncio que em mim paira,


E a voz que sussurra de um ‘faz parar’.


Então faço minhas promessas, as melhores promessas que habitam em mim, solto o canto enquanto ele me dá o seu encanto, ofereço o meu mais nobre sorriso, e deixo o meu olhar tomar conta do dele. Aí sinto–me em êxtase.


Eu rezo, eu vejo a dor partir.


Vejo–o dormir feito um anjo,


Me da o seu mais belo sorriso de agradecimento, e apesar de ser involuntário, entranha em mim e esculpi o presente eterno.


Agora vou dormir, é um sono leve, onipresente, atento,


A qualquer ruído.


Não diminui sensações que me dominam, que residem em meu ser e em meu coração.


De agora em diante será desse jeito, por isso serei esplende, cerrada até os dentes e forte.


Ele precisa de mim assim,


E serei seu porto seguro, seu cais.


Das coisas mundanas virão, as dores também agregadas, apenas novas e velhas, porém sempre dores, as promessas meio quebradas, assim calejadas não tão fortes como antes.


Já não prometo que irá passar, mas que aqui meu beijo, meu canto e meu colo, esses não passarão.


Pois serão como remédio, pra qualquer problema. E assim mesmo farei as mesmas promessas de que “Vai passar meu filho, tudo isso vai passar.”


Bem que depois eu sei que vou chorar, não por tristeza, mas por ser forte demais, e isso cansa.


É um choro particular, é meu sem tocar, é um amargo de querer bem. E ele dormirá.


E quando aquele sorriso vir à tona, verei o quão faz bem estar bem,


Mesmo que esse sorriso não seja só meu,


Ele continuará sendo minha maior e mais bonita herança.






Rafael Pacheco *






(*Adaptado do texto de Ana Paula Eremita)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

MINHA INCLINAÇÃO


Das miragens que tive, nenhuma pareceu tão perto

Tão certo;

Quanto um rio que corre. Tão esperto.

Esperto como assim chegastes, com riso, transformando em paraíso.

Que cabe na palma de tuas pequenas mãos,

Mãos que carregam, sustentam, e afligem

Dois corações

E seguras forte, pois sinto que sente, eu sinto.

E que vai pulsando a cada momento, cada imensidão

Cada gesto;

Que quando cai, semeia orgulho e paixão.

E sei que o instante de existir é verdadeiro, pois outrora te vi

Vi dono dos órgãos, esses que habitam num ser

E é tão bom te ver crescer, ver euforia de quem chuta vida pra frente,

Quem chuta uma bexiga.

Hoje consigo soletrar das frases deste vasto mundo,

Das aflições, das tristezas.

Será que conseguirei imunizar, entretanto me acentuastes, botastes a crase, me embelezastes a frase.

E no verbo sou primeiro. Do singular.

Será que serei casto? Ficarei sóbrio?

Vou engarrafar minha alegria, minha euforia,

E assim tomarei das tristezas e alegrias da vida

De copo cheio.

Se me perdi, não fui indiferente,

Foi o meu modo de te achar (ou me achar)



Rafael Pacheco